Monday, December 24, 2007

Este ano não vou comer bacalhau!


Ora e mais um Natal!

Raios!

Este ano troquei o bacalhau pela galinha velha cozida.
Troquei o vinho quente com canela por bactrim e ul 250!
As rabanadas, aletria, belharácos e sonhos por caldinhos de arroz!

Devo me ter portado mal!

Recebi uma gastroenterite de prenda!

Monday, December 10, 2007

70x7

É inacreditável a capacidade humana ao perdão!

A vida passa, e como a uva passa, mais uma ferida a enrugar e mais uma queixa a secar.
A noz que quebra mas, com sorte, o miolo conserva o cheiro, a tez, a melancolia e o sabor que faz a semente, nas condições ideais, brotar...
E das condições trataram os sofridos e agressores, agricultores das maleitas, riquezas e colheitas de ventos e tempestades temperados a bonanças capazes de rigor, respeito e confiança. Que neste pomar já de pouco vale a terra, pois há adubos que não se encontram embalados, vendidos ou comprados...
São os frutos do coração, metáfora desta coisa que une mente e alma, em carne que em pó se ira metamorfosear...

Friday, November 23, 2007

E que farias tu?

Ora bons dias... E como estão todos? Bem? Óptimo...

As notícias são de mais guerra, de mais fome, de mais miséria por isso deixei de as ver e ouvir! É tão negro o meu céu que não preciso de ver o colorido do céu dos outros!

As novas são já tão velhas que tanto me custa acreditar como é possível não fazer ainda parte da gênese! Como é possível que continue meio mundo a foder outro meio e o meio fodido a tentar prevenir a próxima foda! Tanta energia desperdiçada...

E hoje trago mais uma questão que me rebenta alvéolos por asfixiar a vontade de berrar!

Ao fim de 40 anos de casados... ao fim de aguentar, como a própria diz “a sua cruz” todos estes anos em “contenção” sem nunca abandonar o compromisso ao qual acredita, tem agora mais um punhal com que lidar, mais uma infidelidade!

E se fosse eu? Que faria?
*costumo ser muito recta nestas coisas e muito pragmática – “a porta da rua é serventia da casa, seja para mim ou para o outro”
*além que acredito que essa falta de respeito por alguém não é o exemplo que quero dar aos meus filhos! Melhor sem pai que com um mau pai!

Mas... e vocês?
Que pensam? Que fariam? Que sentiriam?


(talvez esteja eu só à procura de outras formas de ver e talvez... talvez perceber... olha... a tentar outros sinónimos...)

foto "cronicas de uma realista"

Thursday, November 15, 2007

Numerologia2 (em busca de outros sinónimos3) me, my self and I

11 Número de Lição de Vida
Realista, Visionário e Inspirado
Este é um Número de importância espiritual, sujeito a ansiedade e instabilidade emocional.
Para viver a altura do seu ideal precisará ter talento e coragem. Sua Lição de Vida é aprender a tomar consciência do mundo espiritual e a relacionar-se com o mundo material, vivenciando os seus ideais e trabalhando para torná-los realidade. Você é idealista e perfeccionista. O seu magnetismo pessoal e a sua capacidade de compreensão ajudarão a atrair as outras pessoas. Você deve aprender a desenvolver a sua intuição, procurando transmitir todo o seu conhecimento e sabedoria para os outros e abrindo novos caminhos para que estes possam seguir. Deverá ser um autêntico exemplo de vida. Deve tomar cuidado para não ser envolvido pela ambição, a qual poderá trazer a sua ruína, pois o seu sucesso estará sempre associado ao bem da humanidade. Caso não vivencie esta Lição à altura do ideal deste.

Número Mestre1 deve consultar a lição de Vida 2, que é o resultado da soma de 1 + 1.

2 Número de Lição de Vida
Compreensivo, Receptivo e Diplomático Sua Lição de Vida é desenvolver a cooperação com as outras pessoas, estabelecendo a harmonia onde houver conflitos. Mesmo que não seja o astro principal na atividade em que estiver, poderá realizar-se, unindo-se àqueles que têm maior liderança. Você deve aproveitar sua grande paciência e perseverança. Ao imbuir-se de uma atitude de cooperação e diplomacia para com os outros, vai preferir trabalhar em grupos que tenham um objetivo comum, lutando para mantê-los sempre unidos. Aproveite sua diplomacia e sua paciência para convencer facilmente os outros. Seja fiel e procure dedicar-se com afinco às pessoas que ama. Deve tomar cuidado para não expressar este Número negativamente, pois corre o risco de tornar-se inseguro e dependente, perdendo seu rumo de vida.

Friday, October 26, 2007

me, my self and I -Numerologia1 (em busca de outros sinónimos2)

11 seu número de impressão (do “eu” para o mundo)
este número intrigante e inspirador indica sempre alguém que é o centro das atenções.
Os “11” devem trabalhar para benefício de todos. Têm fortes poderes psíquicos e podem tornar-se médiuns, pregadores e líderes religiosos.
Devem viver uma vida pura para realizar seus propósitos.
Precisam ser honestos, ter fé em Deus e compartilhar a verdade que conhecem.
O que estas pessoas sabem vem dos antigos - são as Velhas Almas, que têm amplos conhecimentos. Fazem tudo o que podem para iluminar os demais.

11 seu número do caminho da vida (o que cá vim fazer "missão")
inspiração é a palavra-chave deste caminho.
Este é um Número Mestre e espera-se muito de si.
Seu lugar é diante do público, no centro das atenções, talvez como conferencista, pregador, diplomata, embaixador, crítico ou conselheiro espiritual na área de metafísica.
Você é intuitivo, inteligente, de temperamento artístico e filosófico. É um idealista e tem habilidades psíquicas.
A ambição pessoal pode ser a sua ruína, pois o sucesso vem de seu conhecimento, inspiração, revelação, e liderança em relação à humanidade. Seu exemplo de vida inspira as pessoas e, por isso, transforme-o na verdade que lhe é revelada. Pode ser artista, cientista, professor, psicólogo, escritor, reformador, terapeuta, alguém que promove a paz,ou outras actividades que inspire ou outros.

Wednesday, October 24, 2007

me, my self and I (em busca de outros sinónimos1)

Mara
vocábulo hebraico que significa "amargo"

Mónica
grego tardio "monikos" significa "sozinho"

mnica;*
há uns anos, imaturos e inexperientes por sinal, o "hotmail" não aceitou o "ó" e ficou "mnica"
o ;*... são beijinhos!

Thursday, October 18, 2007

Aquela cadela virada pro mar

Roam-se.
Roam-se de inveja!

É só uma história, são só uns charutos, mas as linhas da alma são digitais que só na alma deixam impressões de carinho, carácter e afecto.

São pequenos gigantes gestos, que nos fazem, de tão fácil maneira, sentir lembrados e afagados, num peito tantas vezes levado em caricatura de uma alma de outro mundo.

Sim... outro mundo, pois são poucos os que elejo como “acima do comum dos mortais”.
Porque a nobreza social e cúmplice da discórdia pouco institucional são âmago de quem é considerado sonhador!

E só digo obrigada! Hoje fizeste de mim uma “Julieta”, mas que cada uma das nossas histórias tenham o brilhantismo da tua escrita ácida com a melodia que tento que a minha tenha...
Venham de lá as histórias de Cuba... partilha o teu pensamento que é uma inspiração!

Obrigada Sam!
Jinhos ;*

Wednesday, September 05, 2007

Inquebrável

Ossos...
Tudo em volta de ossos... desta feita é mais gesso, entenda-se...

Mas é a moral, a seiva empírica desta estrutura de massa mole e musculosa, orientada por essas peças de Lego, experiências Dele e da Mãe Natura, é essa que não quebra!

Atenta às histórias de canalha de chucha em cantos do chão ou da boca, tantas e quantas vezes ouvi a firmeza de carácter que fez dela meu berço do nada à rabugice da fralda.

É o ser “empregada de servir” na Ericeira, ainda com 9 anos... sem perceber nem como nem de que jeito, lá se viu ela a lavar louça estranha, em casa alheia e a levar cacetada pois balbuciou a oração que a “patroa” tentava ensinar ao filho – “empregada não ouve conversa de patrão”...
É o fugir desta que 2 anos depois descobre a mãe, já sem razão a guiá-la, e assume, a sua total e incondicional tarefa de enfermeira...
É com 15 anos que cuida de um pai machista que mesmo quando esta lhe faz curativo à perna gangrenada que o sentou naquela cadeira à já vários Outonos, que é ainda insultada como se uma vadia se tratasse - faz lembrar o cão que morde a mão que o alimenta... mas insistentemente lhe procura o pedaço mais suculento para o prato...
É o ser mãe que de esperanças se vê obrigada a um sistema militar que lhe rouba o calor da cama por cerca de 24 meses e no meio, a esperança esvaísse no parto que a parteira avisa que nada houve a fazer...
É o esconder facalhões entre o colo e a febril cria e sair já mascarada de fera para procurar o companheiro em reuniões dum partido qualquer proibido em tempos de População Ingénua Desiste Estóica .
É o abraçar a certeza de mais uma boca para comer... foi um tal tentar contrariar, mas “vaso ruim não quebra” que cá me fiz presente, com uma garota de 5 anos para alimentar e um pai, que de meio em meio mês, se faz ao hospital para estudo do seu vermelho sangue urinado que da razão não há sinal e o homem escoasse todos os dias, e a fonte, a este ritmo, vai secar...
É o “segurar as telhas” em tempestades de algibeira sem que o pão falte, mesmo que as sopas de leite sejam o único jantar que tenhas...

É... é porque por muitos os anos que cresçam em forma de camada de pó nas caixinhas que guardam estas histórias, a verdade, é que ela É! É, foi e será!

E é isso que faz com que seja para ela tão difícil aceitar que, agora de braço agasalhado a mistura de algodão e gesso, agora é a minha vez! A minha vez de dar, de ajudar, de cozinhar, limpar, lavar e passar... pois ela não sabe aceitar que agora tem quem a ajude!

Wednesday, July 25, 2007

Adoptei um amigo!

Era amiúde que aqui deveria vir!
Talvez para purgar a alma e coração de mágoas para curar!

Mas este muro não é só de sombra imerso. Tem o seu lado celeste e angelical que se faz de alegrias e lágrimas de corar.
E aqui se equilibram, neste gume que ora atrai ora repele, as vicissitudes deste “Conde de Contar”

Mas a homenagem até aqui prometida vai para os amigos.
Aos que já foram – porque o vai e vem é das marés, e incorrendo em plágio “nos somos 70% de água”
Aos que eu deixei ir... porque não são perfeitos mas há defeitos com os quais eu não consigo lidar.
Aos que estão – que eu tão pouco vejo, mas que os carrego no coração. Que o trabalho (como agora... tantos metros de vinil ainda por cortar e já bateram as 22h30m...), as 24 horas do dia e a saúde tantas vezes ma impede de os agraciar com uma piada e chatear com a minha ingenuidade ou casmurrice.

E a um novo: o meu Canito! E se se diz que este é “o melhor amigo do Homem” desta feita a prenda é minha e é com carinho que o tento agradar.

É um cão muito educado, que ou perdeu o rumo de casa, ou o seu dono fez de um todo para o enganar. Apareceu à cerca de 4 meses na Casa de Oliveira de Frades e não fosse andar a estragar os canteiros de linho do Sr. F ainda por lá andaria, solto que nem um passarinho!!!
Os danos eram a sua sentença (o mais provável – de morte). Mas a sua simpatia e um anjinho que sussurrou ao coração do meu pai, permitiu um pouco mais de paciência e eu acolhi-o.

Já tem vacinas e licença. Deram-lhe uns 2 anos de idade. Não gosta de andar de carro e entre a entrada ao portão e a chegada à porta da cozinha tenho que parar pelo menos 4 vezes para lhe fazer uma festa!
Não se vê dejectos e porcarias em lado nenhum e chora muito ao ver a minha mãe ir trabalhar! Tem um amigo – o que já lhe proporcionou uns açoites pelas fugas!!! É simpático e quase mudo – pois só ladra e uiva se estiver preso por coleira ou o deixarem sozinho.


Nunca pensei em ter um Cão. Quem diria...

Wednesday, June 13, 2007

o norte a sul

Devo ter o meu Norte ao contrário.
Os cientistas já previram a inversão do polo norte magnético daqui a uns anitos valentes, como há já uns outros tantos passados aconteceu...
Eu, neste preciso momento, sinto que já o fiz!
Nesta realidade parece que ando ao contrário... já sei que tenho a mania das batalhas morais, que remo sem saber nadar, contra a corrente... que sou voluntariosa em excesso... que me preocupo em demasia... que tenho a mania que, não sendo perfeita, e mesmo sabendo que nem eu nem o resto do mundo vai ficar perfeito, vale a pena tentar... acreditando que tentando algo vai melhorar...

O que deveria dizer agora é que vou deixar-me levar... passar a ser igual aos outros: menos em tudo, regida pela lei do menor esforço! Afinal “pessoas inteligentes são preguiçosas”...
Dane-se a preguiça e a inteligência.
Dane-se o status e a arrogância.
Dane-se o resto da corrente!
Morremos e fica cá tudo!
Porquê preocuparem-se com o carro, a casa, o fato ou a camisa!

Eu tinha como sonho ficar na memória... que alguém, algum dia, se lembrasse de algo que fiz ou que disse e que isso fosse útil para algo que esse alguém precisasse...
Dane-se.
Neste mundo, quase ninguém quer saber de alguém. Estão todos muito concentrados na sua carreira, nas suas férias, nas suas dores, no seu grande e inchado umbigo!

Hoje tou de rastos... amanhã... talvez ainda esteja... mas, e como sempre, hei-de enxugar as lágrimas que voltaram a insistir e persistir, e voltarei a estupidamente acreditar que pode ser melhor... hoje já não!

Tuesday, June 12, 2007

aviso à navegação

"namorado" que aceita incondicional ajuda de "amiga"
Tenha cuidadinho! Se não sabe o que quer: pare, pense e decida!
Se têm algum problema a resolver: sentem-se, conversem, resolvam e comuniquem!
Aí, a namorada enfia a violinha no saco e de trocha a tiracol, vai à vidinha, não chateia ninguém, mas não a façam de palhaça , pois a idade disso já passou!
"amiga" que gosta muito de ajudar "o namorado"
Aha e tal estás a colaborar para o melhor fim... pôe-te é a toques que se queres ajudar, tem cuidado como o fazes... este terreno ainda não é teu... ainda!
sê amiga, mas não te estiques que levas um sopapo que ficas a arrotar a presunto...

Tuesday, June 05, 2007

em consciência

Quinta –feira é dia de Comunhão (e) de corpo (de Deus)... de ti, de mim, de nós em conjunto, num cerimonial de que mal me lembro e que de verdade também não sinto...

Requisitados os meus dotes culinários, aguardam-me horas a fio (de ovos) de fogão e forno (ventre fecundo). Farinha fermentada (elixires de crescimento ou decantados em destilarias), açúcares condimentados (das vagens aos mascavados), folares folhados a mil folhas comprados...

Mas sinto-me inocente! Conscientemente inocente!
Porque só precisava dar 1 horita do meu tempo, mas fico feliz por poder dar um coração inteiro...

Porque a emoção que agora me corre nas veias é a gratidão de me sentir precisa...

Alguém me acusava de ser dependente... sim!
Agora confesso: dependente de me sentir entre... enquanto... presente... permanente... constante... no meio... em comunhão com este arquipélago banhado por um mar de gente...

Monday, May 14, 2007

sempre a correr

Estamos na era dos instantâneos.
Vidas autocolantes!

Todos vamos tentando pintar a traços mais ou menos firmes, mais ou menos plásticos, as linhas de orientação desta perspectiva de vida que vamos fazendo...
Mas outros preferem a colagem! Copia-se da revista, da TV, do vizinho que comprou um carro, mas o meu tem de ser melhor... E tal como na pintura, nestes minutos que somam horas é preciso grande domínio ético ( a estética do comuns mortais) para não falhar e cometer plágio.

Estamos na era dos instantâneos.
E tudo muda de figura num contrato a termo certo!

O tempo que uma ressaca leva desde o entusiasmo à queda quadrada numa sanita ou árvore qualquer.
Desde o momento em que pegamos numa bicicleta até à hora de cairmos com ela.

Estamos na era dos instantâneos.
A vida inteira (ou a perspectiva dela) num espaço de nada!

Preocupa-me notícias de casamentos decididos no vislumbre de um encanto fresco e renovador, no tempo em que ainda se anda apaixonado e não amigo e amado, encanto de namoro que é alimentado ainda a mel doce de um recolhimento breve... quase que só o tempo de um cigarro!

Estamos na era dos instantâneos.
Tudo é como o flash das máquinas fotográficas: ofuscante e rápido!

Espero que não risquemos do mapa o tempo de pensar e decidir. Certas letras me contaram que a decisão não é tomada por ninguém... nós é que somos tomados por ela... mas se não a deixarmos tomar posse por ausência de plateia testemunhal, nada resolveremos.

Friday, May 11, 2007

7º edição Imaginárius

do latim imaginare
v. tr.,
representar no espírito qualquer coisa; criar; conceber; fantasiar; inventar; engendrar; supor; conjecturar; cismar, meditar; pensar;
v. refl.,
julgar-se, supor-se.

Thursday, April 26, 2007

uma história de Abril

Susana é uma filha de Abril, nascida só em Junho... mas 4 anos depois, naquela tarde solarenga, Susana cantava e comemorava, na inocência de “quem espanta seus males espanta”...
Festejavam com ela as molas do meu colchão com os saltitos ao ritmo dos perdigotos.

”Somo libi! Somo libi...”

Sua Mãe, heroína de tanque de água gelada, carregada no ventre, deste rebento que agora se atreve a escrever-vos, escuta atenta as munições que de rajada saem das entranhas da casa!
Deixa as vísceras das galinhas que assassinava para sustento deste exército e vai assustada ver se tudo está bem!
Assustada sim! Que as políticas parecem outras mas, o tempo do marido tardar no retorno a casa de reuniões clandestinas, munida de facalhão nas botas, tesoura no colo e bebé febril nos braços, se fez sozinha à estrada, à espera de um susto que já carregava no peito... esse tempo... não está ainda tão distante para que qualquer expressão de liberdade não seja ainda presságio de apertar o coração!

”Somo libi! Somo libi...”

“Susana! Traz-me a malagueta!
A incauta calou-se. O silêncio instalasse.

Recomeça a cantoria arauto que de más agruras esta já sanada esta confusão de ouvir vozes onde estas não estão.

”Somo libi! Somo libi, puta caalho...”

“Susana! Traz-me a malagueta!
”Somo libi! Somo libi, puta caalho...”
“Suuuusssssaaana! Traz-me a malagueta! "#%#$"@

“Oh mãezinha, não!” agora não há engano.
“Oh mãezinha, não!” repete consciente de que ouvirá outro tipo de canção
“Oh mãezinha, não!” já de soluço na garganta, trunfo do coração.
“Então porquê?” pergunta a Mãe.

“Porque eu estava a dizer asneiras”...
“Então anda cá e trás a malagueta ! Para a tua lingua...”

E assim é mais um exemplo de falta de liberdade de expressão... pós 25 de Abril...

Wednesday, April 11, 2007

estilhaços de rua II

E assim acontece que neste mundo de cá... “cada um sabe de si e Deus de todos” mas cada vez que se faz jus à questão, um, o Pobre Deus (pau para toda a colher), tem que mudar a física quântica para se poder fazer ouvir- erra é a linguagem pois parece que são poucos os que escrevem com os mesmos hieróglifos; outro, se de si sabe, pouco se assume!

Neste mundo de homens que comandam homens, mesmo quando já falam e escrevem pela mesma bitola, os significantes continuam a ter sentidos alheios à sua natureza, aos seus significados mais arquéticos e puros, moldados e mutados pela vã glória de julgar!

E quem julga, acha que o faz à letra do que leu.
E quem escreve, acha que é inequívoca a interpretação por parte de quem lê.
E quem ouve... tenta fazer-se ouvir!
Eu vou tentar um megafone e talvez... talvez continue a acreditar (ingenuamente) que posso fazer melhorias neste estado de cidadania.

Por outras palavras e sem metáforas e eufemismos:
. se a BT não me advertiu para o facto que não poderia circular com o pára-brisas danificado (e há letra isso significa que não pode circular nem um metro)
. se não me mandou chamar um reboque para a viatura seguir caminho, tendo mesmo proposto nos afastarmos da via principal e tratarmos da participação em lugar menos movimentado
. se presenciou o meu reinicio ao retorno a casa...

Como posso eu ter já sido multada, no dia de Páscoa, no valor de 99,76euro pelo pára-brisas danificado e mesmo assim ter podido continuar a circular?

Se a BT necessita de 5 dias úteis para ter o auto de participação pronto a eu pedir (pagar) uma cópia a fim de poder, junto da seguradora ou da empresa concessionária da A29, ser resolvida a substituição do pára-brisas, poderei eu ter, no mínimo, esses mesmos 5 dias úteis para resolver o assunto, nem que seja a título particular enquanto espero que as entidades devidas tratem das sua competências?

Sabem o que o que na DGV me disseram: que me acalmasse, e que esquecesse... que o agente da BT não deveria ter passado a multa... mas que era melhor esquecer! Pagar e esquecer!

Wednesday, April 04, 2007

estilhaços de rua

São estilhaços que felizmente o vento soprou para o lado desacompanhado.
Não me atingiu a pele, só o orgulho... o sono... o tempo e mesmo a dignidade!

É uma invasão como outra qualquer: não é a nossa paz e quietude a fronteira para a alma?
É infeliz a felicidade pela infelicidade.
É vazio a perturbação do completo do outro.

É sozinho! Só pode! Oco e sozinho!
Só por esta premissa se pode explicar, mesmo sem compreender, que alguém se entretenha a atirar pedras, no cimo de pontes, para os pára-brisas de quem circula.
e assim foi o resto do meu serão de ontem, (bem... já hoje...) encostada à berma da A29, com a Aenor na traseira, 45m à espera da Brigada de Trânsito... só por uma razão: eu? Eu estou bem... mas alguém pode ser privado da oportunidade de dizer o mesmo...

Monday, April 02, 2007

excertos II

...
Quando a decisão de excluir apêndices surgiu, já nós os dois tínhamos combinado passar o fim-de-semana juntos e sozinhos. Ele então decidiu que não ia. Achei que tinha de intervir e munida de bons argumentos convenci-o a ir ao almoço que profissionalmente tão precioso lhe era, que eu andaria, feliz e contente, a estourar dinheiro em compras – para mim, para variar um bocadinho e não ser sempre para os outros!

Tudo parecia bem.
Parecia.
As horas passavam… tinha gasto tanto quanto podia… voltei para casa e passei-lhe a roupa a ferro (17 camisas e uma máquina só de t-shirts… estava farta… e enjoada do cheiro do Vaporess!) …

Tínhamos combinado previamente que iríamos passear no Domingo, tipo piquenique…
Mas… nem um telefonema… e… almoçar está bem… mas estar em casa lá para as 16h não lhe ficava nada mal! …
*18h45m… chega o artista! Estava a cozinhar para as sandochas e ele apressasse a expressar o seu estado farto e a manifestar vontade de não jantar (e de beber, pois os olhinhos vidrados não enganavam ninguém!!!) Engoli…
*Depois fomos para a marquise… e o tema mais cómico que ele tinha era o da história do amigo que a namorada telefonou 3 vezes e que ele apesar de ter já coisas agendadas com a rapariga, arranjou uma bela de uma historieta para poder aceitar o convite irrecusável do irmão para ir ver o Jogo de futebol ao Dragão! Senti-me parva…
Ora vejamos: estive, ontem, muito tempo a tentá-lo convencer a ir ao almoço para ver se as relações de trabalho melhoravam. Não terei eu sido conduzida a fazê-lo? Senti-me enganada… mas calei…
* “Vamos prá cama descansar um bocadinho!”… pois… é para me saltares melhor em cima, não? Pensei eu já com os maus fígados a chegar à garganta! Ele deitou-se a ver televisão e eu tentei manter-me atenta ao programa!
* A jóia adormeceu! Ora que belo cenário!

A certa altura dou por mim com uma imagem muito má! Ora então, eu passo o dia a passar a ferro, limpar e cozinhar para que tudo lhe seja mais leve, facilito-lhe a vida para que não se acanhasse e fosse sair e conviver com os amigos, estando assim a esforçar-me por não deixar os meus anticorpos “empresa” interferirem e recebo…



recebo a perspectiva de comer uma sandes ao jantar, continuar sozinha encanto sua beldade dorme, ter que afastar as suas investidas ainda por cima mais trôpegas devido ao álcool, e ficar feliz e contente por passar assim o meu Sábado do fim-de-semana a dois! Belo cenário!

Levantei-me, tomei banho e vim acordá-lo.
Vim lhe mostrar o algo que se arrisca a perder!
Não sou uma deusa, nem para aí caminho, mas não sou assim tão desajeitada: pedi que me espalhasse creme! Que visse e tocasse mas nada mais que isso!
Em seguida empiriquitei-me toda (até me maquilhei) e comuniquei: vamos jantar fora, vamos ligar ao teu irmão e vamos estar com eles!
Ai que não podia ser! Porque ele não queria jantar e porque não está à-vontade com o irmão, porque era um fim-de-semana a dois e porque já estávamos chateados!

Pois é!
Nem vala a pena falar os argumentos restantes de ambas as partes!
Perdi a cabeça e fiz asneira! Da grossa!
Não vens – eu vou! Eu não vou ficar em casa! Fiz as trouxas e desci!
Mas não consegui ir embora… chorei, nem acreditei como estava tão bem-disposta e isto chegou às proporções que chegou porque eu não me controlo e exagero…

Dei o braço, não a torcer – a partir, pois isto vai sair-me muito caro! Mas a verdade é que não ia deixar que a “empresa” me afastasse novamente da pessoa que gosto assim de qualquer maneira! Telefonei e disse-lhe isso mesmo! Estava à espera dele para ir jantar. Ele desceu como um cordeirinho!

...

Questão - o que é que está errado?

Thursday, March 08, 2007

O meu desejo é o de este dia deixe de ser celebrado!

para a Mãe, a Irmã, a Amiga e Inimiga, para a Prima, Tia, Comadre, Vizinha, Colega e Companheira...
para professora e aluna, para a artesã e para a agricultora, para a ama, a artista, a cozinheira e mulher-a-dias, a dançarina e freira, para a veterinária e a trabalhadora do aviário, para a talhante e a vegetariana, para a fotógrafa e a modelo, para a designer, para a cliente, cabeleireira e manicure, para a atleta ...
para mim e para ti...

O meu desejo é o de este dia deixe de ser celebrado!
Porque significará que não há mais direitos e igualdades pelos quais lutar.
Porque o tempo será justo e equilibrado, tolerante e acolhedor.

Porque já não contará a cor, a raça, a crença nem o sexo.
Porque estará tudo bem... ou pelo menos melhor!

Tuesday, March 06, 2007

um conto retorcido de uma viagem


O coche segue a estrada, trepidante, em asfalto repelente - tormento de viajante assíduo entre, o verde espelhado de azul celeste, que, rumando a Norte, vai em busca do cinzento altivo ferrugento de betão.
O Servo respinga ao adivinhar a calçada áspera que tem como destino - uma estrada medíocre do século passado, batipzada de N203, tendo ainda, hoooooras de percalsos neste antro populacional da Ic1, onde o tudo tropeça entre carripanas de bagagens inúteis, apressadas por dois ponteiros, tontos, entre as zero e as doze.
“A Ponte é já ali ao pé. A Dama... não te preocupes... chegará a bom porto.” - diz Companheiro.
Servo não vai só. Leva consigo o seu sempre Companheiro - aquela presença omnisciente e omnis-ausente do resto do comum dos mortais.

Companheiro - que melhor nome para um amigo imaginário?

Num ritmo de papa-quilómetros, perdem-se nas vistas pelos antigos Produtos Estrela... agora são outros... São Berschkas, Tribos, Mangos e MacDonald’s, em esquina, num aglomerado de caixas, caixinhas, sacos e prendinhas, com asas, sem pegas, verdes, pretos, cores de rosa e cores da moda... onde tudo muda... até o lugar.
Servo pensa na sua Dama, a sua carga: um retrato de boneca fixado a uma meia dúzia de mega pixeis, pequeninos, pequeninos... invisíveis ao seu olho castanho cabeludo, peganhento de água salgada que escorre.

“Amarras-te bem a carga?” - pergunta Companheiro. “Uma coisa tão pequena que cabe na algibeira, só pode ser valiosa...”
Servo permanece tranquilo. Um beijo de teia fléxivel, com pontinhas de metal arqueado, agarradas tipo “Preguiça” aos [fuínhos nas paiedes] do coche, protegem o todo... de tudo...
Mas bem... nada de perder as estribeiras e tentando seguir o carril imaginário do eléctrico (ops!!) do metro, segue-se a estrada que não pára de correr......
e crescer......
alarga em lados......
e em comprido......
e em tempo......
que urge......
que já é tarde.
Um corvo anuncia o traçado até Ponte de Lima.
É tempo de mudar à direita (quem sabe... atraídos por cheiro a citrinos porosos amarelo avermelhados...).Mas de política não reza esta história. É pois em frente, que vem gente... de certeza. É tempo de parar e seguir à esquerda.

Daqui em diante será tudo mais verde... ou negro, dado o tardio da hora e do tempo solar, que nesta altura de folhas a tombar, é mais rarefeito... tal como o ar das alturas, no resultado das relações entre terra e mar, que começa a aumentar...

Até à Senhora Dona Teresa falta um pedacinho. Caminhos torcidos escavados em encostas serenas densamente povoadas, ora por nada, ora por pouco, ora por coisa nenhuma (pensamento néscio de quem acha que o nada, não é algo cheio... pelo menos, cheio do que lhe quizermos dar...).

A retorta continua...contínua... a ritmo de rotações médias lascivas ao chão caprichoso de sobe e desce pouco agressivo.

Afloramentos de betão ladeiam construções de pedras milenares que “se essas paredes falassem” cantariam cochichos intermináveis, de intriga tipo “o pão nosso de cada dia nos dai hoje” que sem língua bífida, morre-nos a alma de fome.Acrescentariam missas decoradas sem compreensão de um latim ausente à sabedoria (não saloia, mas minhota!) do Zé Povinho nortenho.

Sussuros em cubículos de contrissão onde se recriam com mais ou menos ardor, ... ou amor,... ou temor,... gulas e luxúrias para profundo conhecimento do mal. Para julgar, é preciso conhecer. Assim se aprende em qualquer canto desta bola azul afogada em gazoso leite.

Mas do negro destas trevas que contam idades, algo brilha, inocentemente sozinha, nem que seja uma vela curvada de cera mole, acalentada pelo “cordeiro de Deus que tiras o pecado do mundo”, tal qual porteiro acolhedor, mas tímido, no ouvido da pequena capela de beira de estrada, que não sendo romana, tem do românico o estilo.
De Ponte final, nem sinal. Na estrada rude, o coche, dardo sanguínea metalizado, segue em direcção ao centro alvo.

A Chegada a Ponte de Lima é aguardada por D. Teresa, senhora que de geografia nada percebe e se ordena um caminho mais à esquerda, devem agradecer, “ámen, ámen” e seguir pela direita, onde a ladeira em granito paralelipipédico é recta em padrão ortogonal ascendente, perturbada por circulares estorvos que impoêm a forma de como os contornar. Tal cobaias em labirinto, ao caminho vamos aprendendo obedecendo, a fim de o repetirmos vezes e vezes sem conta... aqui, alí, mais além ou mais longe ainda... mas desta praga já não fugimos que deste mal vamos padecendo.

João Pestana acena de longe, embalado por monocórdicos tremeliques ao ritmo dos andamentos da calçada, amamentado por humidade esfumada de frio, que se entrenha por poros minúsculos e que incomoda os olhos.

“Então? Ainda falta muito?”
“Quanto tempo falta?”
“Já chegamos?”
“Estou com fome...”
“É já ali?”
“Ainda bem que já não falta. É tempo de pousar a trouxa e descansar o lombo” - reclama Companheiro, indignado pela indiferença recebida.

Quem disse que na imaginação, além do famoso fantástico mundo de fantasia, não reside também a rabigisse?

Se esta história fosse outra e Companheiro, um quadrúpede - zorraria; e Servo seria (ogre e) verde e a Dama uma ruiva anorética, que nos dias de hoje, como “mudam-se os tempos / mudam-se as vontades” se consideram princesas...
São gostos que supostamente se educam, e se assim continua ou terminam todos mirrados aos ossos ou alastrados ao chão tipo lapa, redondos de tanta gravidade...
Quer-se ser Fino em tudo!... e de finura em finura (do Fondue Française à magreza flagrante da destreza a encontrar facilidades de vómito),...
no fundo, no fundo,...
terminaremos todos finádos,...
e já nada há a fazer.
Finalmente... (ok, ok... #%*#?!#@ ... Eu paro com o efs...)

Um brasão esquecido de tão escondido que está do tempo, do lugar, se si mesmo, que só se lembra do bus que lhe pára, horário sim, horário sim senhor, deixa adivinhar a Ponte...

A Ponte da Barca que passa o Lima em direcção a Arcos do [Vale do Vez] ...

Rumam direcção à feira, que já noitinha, não serão roubados de certeza. Sim, sim, que aqui roubasse às claras, de sol a pique e até nos avisam...
“São 45 Patacos pela Saia, Senhora” como se tivesse o contrabando a arrogância aristocrática da libra de ouro ou brilho a carbono stressado entre calor e peso.
Trepassada a Ponte, é na ladeira de espiral pouco complexo o seu destino...
A Casa da Calçada.
Onde vão descobrir que TUDO, é simplesmente uma coisa pequena, com um quarto de dormir e casa-de-banho, uma cozinha incompleta, mas com o recheio que lhe quisermos dar... TUDO, é entregar, mas para fazer de novo, o retrato de uma boneca ao canto das escadas, que tem a roupagem tradicional de quem dançou rancho, sem ter rancheiro para tratar...

Companheiro já dorme e Servo quer dormir.
Afinal amanhã é outro dia e com, ou sem nuvens, o sol vai sempre estar ali... a brilhar.

Monday, February 26, 2007

excertos

e porque a minha vida é ...
aqui vou postar uns excertos...
pouco de cada vez para que ...
sei lá...
talvez...

...
Confesso que já me imaginei a viver na serra, a cultivar as frutas e o linho, a aprender a tecê-lo, a trabalhá-lo e bordá-lo e ter uma pequena lojinha, tipo posto de turismo regional a vender o fruto desse trabalho...
Mas... será viável? Eu também sou aldrabona... conseguiria que o trabalho fosse perfeito? Mas e sou eu boa o suficiente?... acho que não! Provavelmente correria mal e seria mais uma frustração... ou se calhar sou preguiçosa... sim... pois empreender uma aventura destas iria ser difícil e exigiria muito suor e tempo!

Mas a verdade é que a minha vida anda assim um bocado parada. Sem nada a que esteja agarrada a 1000%. Sem nada meu realizado.
Estou a ser exigente, não estou?
E arrogante também!

A vida não é uma aventura de caça à cidade de ouro (e esta expressão lembrou-me uns desenhos animados que na meninice passavam na televisão... tratava-se da busca de uma cidade de ouro Maia ou Inca – isso já não lembro).
E como posso eu querer ser mais do que o comum dos mortais que se levantam todos os dias para trabalhar em algo que nem gostam... queixam-se do marido, dos filhos, bebem para esquecer e pagam, mês após mês a prestação de uma casa que se calhar também não gostam mas era o que o dinheiro conseguia comprar...

(isto passa...) ...